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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Flor do Campos

Flor que nasce na campina rindo
No ato infindo, dum prazer sonhado
Qual linda criança num jardim te ponho
Teus olhares no virginal passado!

Molhada és pois lacrimoso orvalho
Pendente ao galho, qual cristal polido
Teus lindos lábios cor duma cereja
Onde forceja o vendaval garrido!

Com esse gesto, me parece, creio, me parece creio
Assim permeio dum sorriso de ouro
És  qual a jóia sublimada e pura
Que até fulguras com maior tesouro!

Qual uma estrela sedutora encantas
Bem como a santa do azulado espaço
No teu sorriso desabrocham rosas,
Que donairosas vão prender-se ao laço.

Quando tu falas tua voz parece
ser uma prece que do céu desceu
São harmonias de um  coreto de anjos
Quais dos arcanjos dum porvir que é teu!

Quando em silêncio num suspiro vago
E num afago do vergel sorrindo;
Tuas lindas faces com a cor das flores
Nesses fulgores, teu olhar mais lindo!

E tu navegas neste mar de vidas
Não vais perdida nas  ilusões de  sonhos
E delirante como uma andorinha
Que voa sozinha  pelo céu risonho!

Dou-te meu canto, sem lamentar a sorte
Com a mais forte emoção que tenho
Estrela d`Alva,  intangível santa
Porque me encantas, quando ver-te venho!

Porém, se um dia nos separar a sorte,
Não pela morte, como a ausência agora
Jamais te olvides da felicidade,
Que com saudade, lembrarás, d’outrora!

Nunca te esqueças dos risonhos dias
Sem fantasias, nos videntes ermos
Passávamos como os passarinhos,
Junto a seus ninhos, em deslocados termos!

Cintilam astros lá no céu sorrindo
Sejam bem vindos nos segredos nossos
Sempre contentes nessa luz divina
Que nos fascina, mas dizer não posso!

Depois que o tempo - enganador direto,
Que tão discreto nos conduz agora,
Com energia esmagadora e triste,
Não sei se viste, que minh’alma chora!

Poema de Vovô Miguel

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