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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Vovô Miguel, um alfabetizador

No limiar dos seus 75 anos, o professor Miguel dos Santos Paz deixou manuscritos que conta a sua trajetória no magistério e onde se diz orgulhoso da sua atuação apesar dos percalços enfrentados profissão.

Deixou registrado que, no final do século IXX, após casar, fixou residência no Seivalzinho (Caçapava do Sul) e com a ajuda do inspetor escolar, professor José Pedro Fagundes de Campos (residente em Santa Maria) criou uma escola particular rural no 2° distrito de Caçapava do Sul, denominado Seivalzinho, que durou três anos, pois as dificuldades dos alunos chegarem até escola, devido as distancias, eram grandes.

Em 1898, prestou concurso estadual, promovido pelo governador Julio de Castilhos. Juntamente com os caçapavanos Américo Saldanha de Moraes e Ildebrando Emérito Garcia, foi aprovado. Somente o professor Américo Saldanha de Moraes exerceu o magistério estadual.

No fim do século IXX e início do século XX na inexistência de escolas as famílias de fazendeiros (o setor econômico que predominava nesta época era a criação extensiva de gado) contratavam professores particulares para alfabetizar seus filhos. Assim, o Professor Miguel esse exerceu, por mais de 50 anos, este ofício e deixou, nos manuscritos a relação dos domicílios em exerceu seus rastros na educação:

Em Caçapava do Sul,
Seivalzinho (2° sub-distrito):

Candido dos S. Barcelos (duas vezes),
Maximo Alves de Oliveira (duas vezes),
Favorino Dias dos Santos,
Antônio Barros Cachapaz,
João Francisco C. Leal,
João Abrilino Ferreira,
João dos Santos Barcelos,
Manoel Sá (de Bagé, arrendatário de fazenda do Secundino),
Alfredo Osorio da Rosa,
João Nicolau Abrahão,
Alber Klienhaus,
Emiliano Dias Ferreira (duas vezes),
Gaspar Teixeira da Silveira,
Aparício Garcia Dias,
João P. de Freitas (duas vezes),
Artur Prates Chaves,
Manoel Antônio Pinto,
Pedro Osório Garcia,
Olmiro Osório Garcia,
Oscarino Rodrigues Martins,
Nilo Paz,
Onório Garcia Dias,

No 3° sub-distrito:

Eduardo Rodrigues de Oliveira,
José Antonio Dutra,
Adão Osório Machado,
Anibal d’Ornelas (duas vezes),
Alfredo Quintana,
Ceciliana Pereira de Almeida,
Bábara Costa,
Otacílio Araujo (São Sepé),
Olmiro Teixeira,
João Cândido Rodrigues,
Emilio Dias Moreira,

Em Lavras:
Francisco dos Santos Barcelos,
Pedro Martins Lemos,
João Cândido Pires.


O Professor Miguel dos Santos Paz deixou seus depoimentos com a sua neta que o cuidava na sua idoneidade, professora Vilma Leão de Freitas, que por sua vez a entregou para sua sobrinha Lislair Leão Marques (sua bisneta) que em 2012 publicou alguns de seus poemas em um livro denominado “Flores a Vovô Miguel”.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Oficina Literária de Leitura e Papéis

As participantes da Oficina Literária de Leitura e Papel que acontecem semanalmente na Casa do Poeta de Caçapava do Sul, fizeram leitura dos poemas do livro de Vovô Miguel e conheceram a sua história.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Arte

Quadro exposto na Casa do Poeta de Caçapava do Sul, ilustrando e lembrando exposição realizada antes da edição do livro.

Uma Flor

Flor que no prado desabrochas rindo
E de aroma lindo, delicioso e puro
Tu te confundes com o ideal sagrado
Porque de bom grado verás teu futuro!

Jurei amar-te, meu coração deseja
Para que vejas este sincero amor
E quando esta paixão dominar-me a alma
Já tenho a calma de suportar tal dor!

A dor me invade o coração ferido
Por ter sofrido da saudade espinhos
Anjo ignoto, meu ideal procura
A tua formosura, pelo teu carinho!

Teu belo rosto só em sonhos vejo
Entre o desejo que perde-se além
Vibra minh’alma em melodias tantas
Que eu julgo santas, como a ti também!

Minha lira é uma opaca estrela
Que só ao vê-la me mira de lá
E, cá da terra, me deslumbra isso
E mais por isso, meu amor está!

E, nesta vida de ilusões perenes,
Eu guardo sempre do passado as flores
Que as idolatro com fervor que preme
Ficando ainda as circunstantes dores!

E ainda perpetuam, nesta alma, as chamas
Dessas saudades dum passado leve
Também quem assistiu, como eu, os dramas
Hoje extintos como a fria neve!

Nuvens que passam como a cor de arminho
Quando voam no céu, porque vão-se embora
Mas suas sombras são do meu carinho
Resplandecentes como a meiga aurora!

Já são flores mortas dos passados dias
Mas que me fazem suspirar agora
Durante o tempo dessas fantasias
Existe o passado, que se foi embora!


Poema de Vovô Miguel

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Professora Vilma Leão de Freitas

Vilma, no internato.
A Professora Vilma Leão de Freiras, neta de Vovô Miguel, se preparou para a profissão do Magistério em internato na cidade de Piratini-RS. Exerceu a atividade no interior de Caçapava do Sul, na localidade de Lanceiros.