Flor
que nasce na campina rindo
No
ato infindo, dum prazer sonhado
Qual
linda criança num jardim te ponho
Teus
olhares no virginal passado!
Molhada
és pois lacrimoso orvalho
Pendente
ao galho, qual cristal polido
Teus
lindos lábios cor duma cereja
Onde
forceja o vendaval garrido!
Com
esse gesto, me parece, creio, me parece creio
Assim
permeio dum sorriso de ouro
És
qual a jóia sublimada e pura
Que
até fulguras com maior tesouro!
Qual
uma estrela sedutora encantas
Bem
como a santa do azulado espaço
No
teu sorriso desabrocham rosas,
Que
donairosas vão prender-se ao laço.
Quando
tu falas tua voz parece
ser
uma prece que do céu desceu
São
harmonias de um coreto de anjos
Quais
dos arcanjos dum porvir que é teu!
Quando
em silêncio num suspiro vago
E
num afago do vergel sorrindo;
Tuas
lindas faces com a cor das flores
Nesses
fulgores, teu olhar mais lindo!
E
tu navegas neste mar de vidas
Não vais
perdida nas ilusões de sonhos
E
delirante como uma andorinha
Que
voa sozinha pelo céu risonho!
Dou-te
meu canto, sem lamentar a sorte
Com
a mais forte emoção que tenho
Estrela
d`Alva, intangível santa
Porque
me encantas, quando ver-te venho!
Porém,
se um dia nos separar a sorte,
Não
pela morte, como a ausência agora
Jamais
te olvides da felicidade,
Que
com saudade, lembrarás, d’outrora!
Nunca
te esqueças dos risonhos dias
Sem
fantasias, nos videntes ermos
Passávamos
como os passarinhos,
Junto
a seus ninhos, em deslocados termos!
Cintilam
astros lá no céu sorrindo
Sejam
bem vindos nos segredos nossos
Sempre
contentes nessa luz divina
Que
nos fascina, mas dizer não posso!
Depois
que o tempo - enganador direto,
Que
tão discreto nos conduz agora,
Com
energia esmagadora e triste,
Não
sei se viste, que minh’alma chora!